domingo, 24 de abril de 2011

A garota da capa vermelha



O filme A garota da capa vermelha já se aproxima do último ato quando a heroína da história finalmente diz a que veio: veste o manto cor de sangue, protege o cesto de palha e adentra a floresta para visitar a casa da vovozinha. Pode parecer exótico que uma adaptação das aventuras de Chapeuzinho Vermelho dê apenas um aceno sutil, distante, ao conto de fadas que toda criança conhece. Mas foi essa a estratégia que Hollywood aplicou para atualizar o figurino da personagem e torná-la atraente ao público juvenil. O longa-metragem, em cartaz nos cinemas, serve de exemplo para uma tendência da indústria do cinema: aos olhos dos roteiristas, nenhuma lenda dos livros infantis é sagrada.






Não que a jornada de Chapeuzinho tenha seguido uma trajetória fixa, estanque. Pelo contrário. Desde o século 14, quando os franceses já narravam o conto aos meninos e meninas insones, a saga mereceu incontáveis adaptações. Algumas desfiguraram por completo o formato original da trama. Duas versões se tornaram imortais: a do francês Charlies Perrault, no século 17, e a dos irmãos Grimm, no século 19. O filme mais recente bebe dessas duas narrativas clássicas, mas toma um número tão grande de licenças poéticas que, ao espectador, parece quase impossível associar a loura romântica interpretada por Amanda Seyfried com a menininha ingênua que segue estrada afora.


Salvo alguns detalhes no visual da moça (a capa vermelha, o cesto) e nos diálogos (frases que remetem imediatamente à fábula, na linha de “que olhos grandes você tem!”), a produção usa a história da carochinha como desculpa para criar um thriller de mistério com afrescos amorosos, na linha de Crepúsculo. Valerie, a Chapeuzinho da vez, se apaixona por um lenhador musculoso (Shiloh Fernandez) que talvez seja o lobisomem malvado que tanto atormenta a aldeia de Daggerhorn. O segredo, no entanto, só será revelado nos minutos finais da trama. “É um desafio dirigir um thriller de mistério, nunca fiz isso antes”, comentou o diretora Catherine Hardwicke (de Crepúsculo e Aos treze) ao site Collider. A especulação a respeito é se a história mostrada com aventura no thriller dentro dos cinemas vai frustrar seus apreciadores assim como fez Crepúsculo a aqueles que esperavam perseguições de tirar o fôlego.


Coproduzido por Leonardo DiCaprio ao custo de US$ 42 milhões, o projeto mira o coração da plateia feminina, com fotografia em tom pastel que valoriza campos floridos, bucólicos. Um pedaço de paraíso ameaçado pelo vilão peludo e por um intolerante caçador de lobisomens (Gary Oldman), que espalha a paranoia na comunidade de camponeses. Todos os personagens são “suspeitos” de ser o lobo mau. Portanto, escondem esqueletos às vezes terríveis. “Há todas essas coisas no nosso coração que ninguém conhece, e achei que seria um território interessante a explorar”, afirmou a cineasta. Nos Estados Unidos, o filme fez até agora US$ 50 milhões nas bilheterias. Rugiu, mas ainda não mordeu.



O thriller para quem quiser conferir mais:




Por: Silmara Lopes
Fonte: Divirta-se uai

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